Portaria eletrônica, remota ou presencial?

O mercado tem se movimentado em direção a um modelo mais flexível e moderno, que combina portaria tradicional com portaria eletrônica e, dessa união, surge o que muitos especialistas já consideram o formato mais eficiente: o modelo híbrido.

Com a evolução constante da tecnologia e a busca crescente por eficiência e redução de custos, a área de segurança patrimonial tem passado por mudanças significativas, especialmente em condomínios residenciais e comerciais.

Um dos setores mais impactados por essas transformações é a portaria. Hoje, o conceito vai muito além da simples presença física de um porteiro ou vigilante. 

Neste artigo, vamos explorar os prós e contras dessa transição, ajudando síndicos e gestores a tomarem decisões mais estratégicas sobre a adoção de tecnologias de segurança condominial.

O crescimento do mercado condominial no Brasil

A demanda por soluções tecnológicas em segurança condominial, como a portaria eletrônica, acompanha diretamente o crescimento do mercado imobiliário verticalizado no Brasil. Segundo o Censo 2022 do IBGE, cerca de 1 em cada 8 endereços brasileiros está dentro de um condomínio.

São mais de 13,3 milhões de residências registradas nessa tipologia, de acordo com o Cadastro Nacional de Endereços para Fins Estatísticos (CNEFE).

Esse número vem crescendo de forma acelerada, impulsionado pela verticalização das cidades e o adensamento urbano.

A cidade de São Paulo, por exemplo, viu o número de pessoas morando em prédios saltar de 2,6 milhões em 2010 para 3,3 milhões em 2022, um crescimento de 26,6% em pouco mais de uma década.

Hoje, quase 30% dos 11,9 milhões de habitantes da capital paulista vivem em unidades condominiais.

Esse cenário reforça uma tendência clara: condomínios se tornam a principal forma de moradia nos grandes centros urbanos, e com isso cresce também a responsabilidade dos síndicos e administradoras em oferecer soluções eficazes de gestão e, principalmente, de segurança.

Segurança como prioridade e a expansão da portaria eletrônica

A segurança é, historicamente, um dos principais motivos pelos quais as pessoas optam por morar em condomínios. Essa preocupação impulsionou fortemente o crescimento do setor de segurança eletrônica, que abriga soluções como monitoramento remoto, controle de acesso automatizado e portaria eletrônica.

De acordo com o estudo Panorama 2024/2025 da ABESE (Associação Brasileira das Empresas de Sistemas Eletrônicos de Segurança), o setor faturou R$ 14 bilhões em 2024, com crescimento de 16,1% em relação ao ano anterior.

Dentro desse universo, a categoria que mais cresceu foi a de prestação de serviços na modalidade instalação, manutenção, monitoramento de alarme e portaria remota sem central própria, que avançou 24% no último ano.

A própria ABESE aponta que a portaria eletrônica, especialmente em seu formato remoto, deve manter essa curva de crescimento.

A estimativa da entidade é de que mais de 14 mil condomínios no Brasil já utilizem portaria remota, número que tende a aumentar com a digitalização dos serviços condominiais, avanços tecnológicos e a maior profissionalização das empresas do setor.

A presidente da ABESE, Selma Migliori, reforça:

“A expectativa para 2025 é de um crescimento de 25,3% na área de portaria remota, sustentado pela consolidação do modelo, avanços tecnológicos e maior profissionalização das empresas”.

Portaria eletrônica e remota : crescimento constante nos últimos cinco anos

A expansão da portaria eletrônica não é uma novidade pontual, mas sim uma tendência consistente. Veja a série histórica de crescimento do setor de portaria remota, segundo a ABESE:

AnoCrescimento (%)
202014%
202116,5%
202219,7%
202322%
202424%

Com a projeção de 25,3% de crescimento em 2025, o setor se consolida como um dos mais dinâmicos dentro do mercado de segurança eletrônica, oferecendo uma solução moderna, escalável e financeiramente viável para condomínios de diferentes perfis e tamanhos.

Como a tecnologia está transformando a portaria e a gestão condominial

A modernização da portaria não se resume à substituição de pessoas por máquinas. A mudança é mais ampla e profunda, envolvendo monitoramento inteligente, automação de processos e respostas proativas a riscos e irregularidades.

1. IoT e telemetria: gestão preditiva com tecnologia

O uso da Internet das Coisas (IoT) na gestão condominial já é uma realidade. Sensores conectados permitem o acompanhamento remoto, em tempo real, de ativos essenciais, como:

  • Caixas d’água: nível, vazamentos e transbordamentos;
  • Bombas e motores: tempo de operação, temperatura e falhas;
  • Boilers e aquecedores: consumo de energia e controle térmico;
  • Quadros elétricos: consumo geral, picos e quedas de tensão.

Esses sistemas enviam alertas automáticos ao identificar falhas, o que facilita ações preventivas antes que os problemas afetem os moradores.

2. Portaria eletrônica com câmeras inteligentes e IA

Câmeras modernas com inteligência artificial já vão além da gravação passiva. Elas analisam o ambiente em tempo real e identificam comportamentos fora do padrão, como:

  • Reconhecimento facial e de placas para controle de acesso;
  • Detecção de movimentos incomuns, como pessoas em áreas isoladas;
  • Análise de fluxo de pessoas, útil para halls, salões e áreas comuns.

Essas funcionalidades tornam o sistema de segurança mais proativo, emitindo alertas que permitem respostas rápidas e precisas.

3. Portaria virtual e automação por aplicativo

A digitalização da portaria eletrônica também melhorou a experiência dos moradores e visitantes. Aplicativos conectados à portaria virtual oferecem recursos como:

  • Notificações de entregas com foto e QR Code para retirada segura;
  • Abertura de portões e portas pelo celular, com registro de acesso;
  • Convites digitais temporários para visitantes e prestadores de serviço;
  • Registros automáticos de entrada e saída, eliminando controles manuais.

Além de tornar o dia a dia mais prático, esses recursos aumentam a rastreabilidade e diminuem o contato humano, o que é um diferencial especialmente em tempos de maior preocupação com segurança e saúde.

4. Alertas inteligentes para situações anormais

Os sistemas integrados de portaria eletrônica também podem ser programados para emitir alertas em tempo real para situações como:

  • Portas que permanecem abertas por muito tempo;
  • Quedas de energia ou falhas de internet;
  • Tentativas de acesso forçado;
  • Ausência de reconhecimento facial ou biométrico.

Esses alertas chegam diretamente ao síndico, à central de segurança ou à empresa terceirizada, o que agiliza as respostas e aumenta a eficácia do sistema.

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Tecnologia na gestão condominial: eficiência, segurança e economia

Mais do que uma tendência, a adoção da portaria eletrônica representa uma mudança definitiva no modo como condomínios são administrados. Síndicos e administradoras que investem nessa modernização não apenas aumentam a segurança, mas também otimizam processos, reduzem custos operacionais e valorizam o patrimônio.

A pressão do custo como motor da inovação

A folha de pagamento dos funcionários de portaria tradicional representa um dos maiores gastos fixos dos condomínios. Nesse cenário, a portaria eletrônica surge como uma alternativa viável e estratégica. 

A economia gerada pela automatização pode ser revertida em melhorias para o condomínio, além de contribuir para a redução da taxa condominial, o que impacta positivamente na inadimplência.

Mas é fundamental ressaltar: a economia nunca deve comprometer a segurança. Antes de optar por um modelo exclusivamente eletrônico, é essencial avaliar a infraestrutura disponível, o perfil dos moradores e os pontos vulneráveis de cada empreendimento.

Além disso, ainda existem muitas discussões em curso a respeito das limitações para a substituição de mão de obra humana nos serviços de portaria e segurança condominial.

Leis regionais proibindo ou tentando regulamentar o uso de portaria remota já estão implementadas ou em curso de aprovação, como aconteceu no Distrito Federal, e como está acontecendo agora em São Paulo com o Projeto de Lei nº 906/2023.

Além de convenções coletivas de sindicatos, que penalizaram condomínios que trocam portarias operadas por empregados do condomínio, por alternativas remotas. 

Isso significa que estamos diante de um cenário multifacetado, composto por diferentes implicações para a gestão dos condomínios.

O novo perfil dos condôminos e a demanda por inovação

Hoje, os moradores esperam mais do que segurança: eles desejam praticidade, tecnologia e modernidade. 

Leitores faciais, aplicativos de acesso, portaria eletrônica, QR Codes temporários e câmeras com IA já são vistos como diferenciais e, muitas vezes, requisitos básicos.

Essa mudança no comportamento do consumidor obriga síndicos e administradoras a se atualizarem. 

Um condomínio moderno transmite confiança, valoriza o imóvel e mostra que está em sintonia com as demandas atuais da sociedade.

Modelo híbrido: o equilíbrio entre tecnologia e presença humana

Com todas essas transformações, o modelo híbrido de portaria, que une a portaria eletrônica com a atuação estratégica de profissionais, tem ganhado força como a solução mais segura e eficiente.

Como funciona o modelo híbrido?

  • Presença parcial de profissionais: vigilância em horários de maior fluxo ou risco, e automação em horários mais tranquilos;
  • Integração inteligente: uso de câmeras, interfone via app, registro digital de visitantes e conexão com centrais de atendimento;
  • Redução gradual de custos: permite uma transição progressiva e planejada;
  • Maior resposta a emergências: a presença humana continua essencial em situações críticas, agora com apoio de dados e tecnologia.

Passos para implementar a tecnologia de portaria eletrônica

A transição para a portaria eletrônica (ou híbrida) deve ser bem planejada. Algumas etapas importantes incluem:

  • Avaliar a infraestrutura do condomínio;
  • Mapear riscos e entender o perfil dos moradores;
  • Envolver os condôminos no processo decisório;
  • Buscar parceiros experientes e com soluções integradas.

A portaria do futuro

A portaria do futuro já chegou, e ela é híbrida, conectada e personalizada para cada realidade. Diante da busca por redução de custos, inovação e segurança eficiente, a combinação entre tecnologia e presença humana representa o caminho mais sustentável e inteligente para condomínios.

Na Grupo Rinna, acompanhamos de perto essa evolução e oferecemos soluções sob medida para cada cliente. 

Se você é síndico ou gestor e deseja saber qual modelo é ideal para seu condomínio, fale com nossos especialistas. Estamos prontos para ajudar você a encontrar o equilíbrio ideal entre tecnologia e vigilância patrimonial.

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